Seminário avalia oportunidades e desafios na economia de baixo carbono
Em 1º e 2 de junho, empresários, economistas, pesquisadores e ambientalistas debateram os pilares da economia de baixo carbono, com ênfase em reflorestamento e restauração de paisagens no Brasil e na América Latina. O evento aconteceu no Museu do Amanhã, na cidade do Rio de Janeiro, e foi gratuito e aberto para a sociedade.
A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, a União Internacional Conservação da Natureza (UICN), o Museu do Amanhã e o World Resources Institute (WRI)  realizaram o seminário Oportunidades Econômicas no Contexto das Mudanças Climáticas, nos dias 1º e 2 de junho, na capital do Rio de Janeiro. Representantes governamentais do Brasil e da América Latina, lideranças empresariais e de organizações da sociedade civil marcaram presença e contribuÃram para o debate.
O objetivo principal foi discutir oportunidades, parâmetros, desafios e ações necessárias para efetivar a economia baseada na baixa emissão de carbono, uma vez que o Acordo de Paris foi assinado em abril por número recorde de paÃses e está em processo de ratificação até o inÃcio do próximo ano, inclusive no Brasil.
Considerada a principal aliada no refreamento das mudanças climáticas que hoje ameaçam a vida como conhecemos, essa nova economia tem na restauração de florestas e paisagens uma de suas bases, o que gera oportunidades inéditas para investimentos, geração de emprego e renda e lucros.
A América Latina e o Caribe tiveram, nos últimos anos, mais de 40% (650 milhões de hectares) de suas florestas desmatadas ou degradadas em função, principalmente, de avanços da agricultura e da urbanização. Hoje, estima-se que cerca de 10% das emissões anuais de carbono no mundo sejam causadas pelo desmatamento — equivalente à s emissões mundiais de toda a frota de carros e caminhões existentes. Sabe-se também que a restauração de paisagens e florestas pode neutralizar até 30% das emissões globais, além de propiciar benefÃcios como preservação da biodiversidade, proteção das bacias hidrográficas, segurança alimentar, conservação de solos e salvaguarda dos povos indÃgenas.
Em linha com o Acordo de Paris
Além de restauração de florestas, tema de um dos sete grupos de trabalho da Coalizão Brasil, o seminário teve em sua programação os demais assuntos chave do movimento: agricultura de baixo carbono, bioenergia, Código Florestal, cooperação internacional, economia da floresta tropical, valoração e mecanismos econômicos do carbono. A programação incluiu ainda painéis sobre mudanças climáticas e, especialmente, as medidas para implementar as metas brasileiras para o Acordo de Paris, resultante da COP 21.
Cúpula Latino-Americana
Paralelo ao Seminário, aconteceu também a Cúpula Latino-Americana de Investimentos em Restauração de Paisagens e Florestas para discutir desafios e oportunidades para a região. Com a presença de representantes de mais de 12 paÃses, as reuniões da Cúpula estabeleceram as linhas gerais de uma estratégia regional para assegurar que os esforços dos paÃses latino-americanos relacionados à implementação de polÃticas de restauração de paisagens e florestas estejam integrados e, assim, possam gerar melhores resultados, potencializados pela cooperação internacional. Desta forma, será possÃvel construir coletivamente uma rede para coordenar ações regionais que possam atrair investimentos e promover o papel da região no cenário internacional.
Livro Restauração de Paisagens e Florestas no Brasil
O Seminário ainda contou com muita celebração no coquetel de lançamento do livro Restauração de Paisagens e Florestas no Brasil, a mais recente publicação da UICN para o paÃs. O livro é o resultado de um processo muito produtivo e foi construÃdo a várias mãos. São mais de 40 co-autores que trazem suas diferentes perspectivas para construir uma agenda positiva para a restauração no Brasil.
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