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Após o desastre, um sistema transitório de governança

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Em março de 2016, o rompimento da Barragem de Fundão deixou 19 mortos, destruiu povoados e espalhou lama ao longo de 670 km da Bacia do Rio Doce, nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.Ìý

Para mitigar os efeitos do desastre, foi instaurado um sistema transitório de governança. O primeiro passo foi o estabelecimento do TTAC, o . A partir dele, foram criados o e a , responsáveis por implementar e monitorar os 42 programas destinados a recuperar a natureza e os meios de subsistência das comunidades afetadas.Ìý

Tal modelo, entretanto, poderia ter envolvido mais efetivamente as populações afetadas e outras partes interessadas. Além disso, a sobreposição de programas de restauração, bem como as lacunas na integração de ações e na disponibilização de informações importantes, como a qualidade da água e os impactos na saúde, prejudicam a eficácia das ações.Ìý

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Governança responsiva para a Bacia do Rio Doce: As recomendações do Painel

Para o Painel do Rio Doce, o trabalho de restauração em curso traz oportunidades para estabelecer um modelo de governança mais responsivo e participativo para a Bacia do Rio Doce, que mire o longo prazo e garanta a continuidade dos esforços, mesmo após o fim dos programas implementados.

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Infografico pilares do modelo ideal

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Levando em conta esses princípios, o Painel recomenda a construção, de forma participativa, de uma visão comum para o futuro sustentável da Bacia. Além disso, é necessário fortalecer as instituições governamentais e de gestão para que sejam capazes de prosseguir com o trabalho realizado pela Fundação Renova, garantindo a continuidade dos esforços de restauração.Ìý

Considerando a estrutura de governança dos recursos hídricos no Brasil, o Painel também recomenda o fortalecimento e o aumento da participação do () nas ações de restauração, uma vez que reúne representantes do governo, do setor privado e da sociedade, e é a instituição responsável por elaborar e aprovar o , atualmente em revisão.ÌýÌý

Também é preciso ampliar a coleta e sistematização de dados, tornando-os públicos e disponíveis às comunidades, que, uma vez empoderadas, aumentarão sua participação nos processos decisórios.Ìý

Conheça todas as recomendações de ação para fortalecer a governança de longo prazo da Bacia do Rio Doce, publicadas no Ìý

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Painel do Rio Doce - Governança de longo prazo

Imagem: NITRO

Experiências bem-sucedidas

Há vários exemplos bem-sucedidos de governança responsiva, tanto no Brasil quanto no exterior. Embora os modelos variem, todos apresentam características em comum, como comunicação efetiva, compromisso, compreensão e clareza sobre os resultados desejados.Ìý

Eis alguns desses casos:Ìý

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Participação social nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Brasil)

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Na década de 1960, o Rio Piracicaba sofria com a alta mortandade de peixes, devido à industrialização e ao crescimento demográfico. Para mudar essa situação, em 1989, movimentos sociais criaram o Consórcio PCJ, reunindo setores públicos, privados e sociedade civil no desenvolvimento de políticas de melhoria da qualidade dos recursos hídricos. A iniciativa foi tão exitosa que o consórcio atuou como órgão principal do setor até a implementação do Comitê de Bacias Hidrográficas da região, em 1997.

Rio Piracicaba : © HVL / Wikimedia Commons / CC-BY-SA-3.0 / GFDL

Comunicação e transparência na Baía de Chesapeake (Estados Unidos)

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Chesapeake Bay : © Ole Bendik Kvisberg / Wikimedia Commons / CC-BY-SA-3.0 / GFDL

Para acompanhar e fiscalizar a região, o utiliza uma série de ferramentas de monitoramento, compartilhamento de informações e tomada de decisões. E também realiza reuniões e audiências públicas, para se comunicar com a sociedade civil. O programa ainda produz boletins com base em indicadores de saúde do ecossistema nas sub-regiões da baía, amplamente difundidos para o público.

Participação de beneficiários em projeto habitacional pós-desastre (Colômbia)

Em 1999, um grande terremoto atingiu diversos departamentos de plantações de café, na Colombia. Logo após o desastre, a organização dos cafeicultores coletou dados sobre as necessidades dos produtores e estruturou a autogestão dos fundos disponibilizados pelo governo e por ONGs. Essa abordagem permitiu liberdade para explorar soluções diferentes, participação direta no trabalho e aquisição de novas habilidades.

Fundação Renova

Judicialização e outras questões

A atual estrutura de governança da Bacia do Rio Doce requer ajuda para alcançar maior eficiência nas ações de restauração.

A judicialização de programas, a dificuldade de alcançar um consenso na reparação e os impasses na governança atrasaram a instalação das Assessorias Técnicas Independentes (ATI), previstas no Termo de Ajustamento de Conduta-Governança (), assinado em 2018, para garantir maior participação da população atingida.Ìý

Em , o Juízo Federal da 3a Vara Federal de Colatina (ES), homologou o Termo de Compromisso assinado pelas (comumente chamadas Assessorias Técnicas)Ìý para serviços em 12 territórios afetados. No final de 2022, A Fundação Renova foi notificada a depositar os valores referentes aos primeiros seis meses de trabalho.Ìý

No entanto, como a Fundação não é responsável pelo desenvolvimento de longo prazo da região, os governos estaduais e órgãos competentes devem chegar a um acordo para fazer a transição para a era pós-Renova, com o propósito de definir prioridades, garantir recursos financeiros e envolver as comunidades. Até a publicação deste material, não houve decisão sobre o assunto.Ìý

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Imagem: Gustavo Baxter/NITRO/Histórias Visuais

Visão de futuro

Algumas das recomendações do Painel condizem com ações já em curso pela Renova, como a comunicação dos resultados da avaliação da biodiversidade aquática e da toxicidade de peixes às comunidades afetadas e a todos os interessados, via

Outras foram parcialmente aceitas, a exemplo da necessidade da adoção da na restauração Rio Doce. Porém, as medidas necessárias para sua implementação ainda estão em discussão.Ìý

E há ainda aquelas totalmente rejeitadas, como o desenvolvimento de um plano de ação climática para a Bacia. No entendimento do Painel, essa e outras questões necessitarão de atenção em um futuro próximo.Ìý

O Painel do Rio Doce acredita que a construção de uma governança responsiva é fundamental para garantir não somente a mitigação dos efeitos do desastre, mas também o futuro sustentável para o rio e suas populações.ÌýÌý

Este futuro deve ser planejado no presente, recorrendo à ciência, à ação conjunta e às boas práticas das empresas e dos governos, para que desastres como o rompimento da Barragem de Fundão não voltem a acontecer. E para que as sociedades possam estar prontas para responder em episódios semelhantes.

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